Inês Schertel: da lã ancestral renasce o design

Explorando a lã de ovelha em sua forma mais bruta, a inspiração que guia a arquiteta gaúcha Inês Schertel é um misto de intuição com as possibilidades que as diferentes qualidades de lã proporcionam.

A técnica usada para feltrar a lã  foi aprendida em viagens, com destaque para o Quirgistão, na Asia Central, onde trabalhou com os povos nômades. Consiste em uma arte com mais de 3 mil anos em que a lã é pressionada manualmente com sabão de oliva e água até formar a peça em uma sobreposição de camadas que se unem.

Dela, nascem cestos, cachepots, pendentes e uma infinidade de peças. Toda a matéria-prima é obtida na fazenda pra própria autora em São Francisco de Paula, interior do Rio Grande do Sul, onde ela cuida de um rebanho de 400 ovelhas.

O trabalho é 100% manual, um verdadeiro exemplo de slow design baseado em duas justificativas: o tempo que cada uma das peças leva para ser desenvolvida e, principalmente, a orgânica com o tempo, com a naturalidade de cada processo na natureza.

Através da fibra natural, renovável, biodegradável e sustentável, eterniza-se  a homenagem à uma tradição ancestral e, a um só tempo, propõem-se algo novo, fresco e contemporâneo.