Studio Pedrazzi

O Studio Pedrazzi, do designer Luiz Pedrazzi, une design e arte em objetos poéticos do uso cotidiano, com design limpo e apurado. Traz forma puras, construções geométricas de essência minimalista e flerta com os mestres do design, arte e arquitetura 

O processo de produção é acompanhado peça a peça no atelier e em outras oficinas, e a assemblage final é feita com muito capricho e carinho, garantindo peças especiais. O studio produz peças em séries bem como edições limitadas e peças únicas, como as tapeçarias construtivistas, e desenha para outras empresas e indústrias produtos diversos.

 

Leia abaixo um trecho da entrevista que Luiz deu ao Estadão sobre a ascensão de seu trabalho.

Um dos primeiros designers brasileiros a levantar a bandeira do objeto autoral e assinado, o paulista Luiz Pedrazzi se espanta com o ritmo acelerado de transformações que o setor de design atravessou em pouco mais de duas décadas. “O mercado mudou muito, mas muito mais o público. Hoje é maior a compreensão, a aceitação, o interesse. O design cada vez mais faz parte da vida cotidiana”, considera Pedrazzi, que se dedica à criação de móveis, luminárias e objetos desde 1998. Prestes a lançar sua nova coleção, mais uma vez ele experimenta a excitação dos primeiros tempos. Tudo por causa do vidro. “É a primeira vez que trabalho com este tipo de material. Sinto que estou apenas começando, mas estou fascinado e pretendo continuar a criar muito com ele”, como relata.  

Ao longo dos anos, você teve seu trabalho reproduzido em larga escala, mas também nunca deixou de se dedicar às pequenas séries. Como encara as duas possibilidades? De fato, me interesso pelas duas vertentes do design, ambas são muito gratificantes. Ter uma indústria por trás do seu produto te permite, entre outras coisas, dispor de mais tempo para criar, uma vez que você fica liberado da fase produtiva. Por isso, continuo tendo o maior interesse em efetivar parcerias com indústrias. Já a produção em tiragem limitada, em ateliê, te permite uma abordagem mais autoral e conceitual, colocando seu trabalho no limite entre o design e a arte e isso também é muito interessante.

Já havia trabalhado com o vidro antes? Como foi a experiência? Já tinha trabalhado com vidros planos, mas com soprados e soldados foi a primeira vez. O vidro é uma matéria-prima muito sensual e nobre, te abre infinitas possibilidades de criação, de combinações entre cores e formas. Me impressiona saber que as peças mais antigas no material já encontradas no Egito são datadas em mais de 4 mil anos, mas existem relatos de que ele já existia há 7 mil anos e, ainda hoje, continua a fascinar designers e artistas.

Designers costumam dizer que sempre aprendem algo com um novo material. No caso, o que ele te ensinou? É verdade. Sempre aprendemos muito manipulando, sentindo um material. No caso do vidro estou aprendendo ainda. Cada matéria-prima que você trabalha te ensina algo e, quanto mais você aprende, mais consegue liberdade para criar e tensionar os limites que a matéria-prima te apresenta. O processo de manipulação do vidro é único: ele surge de uma temperatura de 1.700 graus, exibindo uma consistência gelatinosa que possibilita que ele possa ser soprado, moldado, prensado. Cada uma destas situações te conduzem a diferentes caminhos, seja na indústria ou no ateliê. Espero me capacitar no mais curto espaço de tempo possível para atender a todas.