Domingos Tótora

O mineiro Domingos Tótora, nascido e criado em Maria da Fé, cidade situada na Serra da Mantiqueira, sul de Minas Gerais. De volta à sua aldeia após os estudos elege o papelão (reciclagem) como matéria prima para o seu trabalho, que transita entre a arte e o design. Suas peças de extrema beleza incluem vasos, fruteiras, centros de mesa e peças de mobiliário que se reportam à cor primária da natureza, como cascas de árvore, pedras e terra. Na textura seus objetos trazem os efeitos de luz e sombra do sol com a mesma intensidade que a luz solar percorre os vales. Suas peças piloto são desenvolvidas num processo simultâneo onde concepção e execução andam juntas e se complementam em todos os níveis, da matéria prima aos aspectos econômicos e sociais.

Na obra de Tótora, o papelão descartado é misturado com água e cola. A polpa resultante, é a base para um “novo material”, que é próximo da madeira em se tratando de resistência. O designer desenvolveu o material, depois de perceber a grande quantidade de papelão descartados pelos supermercados da cidade onde vive. As peças resultantes são móveis, objetos e esculturas feitas à mão por artesãos locais, sob a criação e direção de Domingos Tótora. O trabalho, criado em um processo sustentável, é um bom exemplo das iniciativas que recentemente aconteceram no Brasil, promovendo artesanato para gerar renda para as populações carentes, enquanto ao mesmo tempo respeitando o meio ambiente. Ele tem dimensões sociais e ambientais, que devem ser questões fundamentais na avaliação de design hoje em dia.

Tótora já recebeu o Prêmio Design do Museu da Casa Brasileira 2010 na categoria mobiliário, Prêmio TOP XXI na categoria Design Sustentável e teve seu trabalho selecionado como um dos melhores do ano de 2011 pelo Design Museum de Londres – Brit Insurance Designs of The Year 2011.