Assim como na moda e na arte, uma das vontades, talvez uma das razões de existência da Wentz, é relacionar o produto ao comportamento das pessoas. A Casa do Designer, instalação que Guilherme Wentz assina na Casa de Alessa, é a expressão máxima da experiência e da usabilidade. No mezanino na loja, um apartamento cenografado reforça o lifestyle e a narrativa conceitual que amarram cada peça com silêncio e casualidade.
A exposição é aberta ao público das 10h às 18h na Silva Jardim 120, com entrada gratuita, e fica em cartaz até 15 de setembro. Grupos podem agendar uma visita guiada a partir dos canais de contato da loja.
Silêncio, aqui, é ambivalente. O primeiro impacto é de silêncio visual: sutil, suave, discreto, sem distrações ou excessos para que a criteriosa seleção eleita para compor o espaço seja protagonista. Silêncio também porque a desconexão com o externo se percebe no som, conduzindo uma taciturna interpretação introspectiva.
A desconstrução da casa tradicional resulta em casualidade. Provoca uma vida mais próxima do chão, mais despojada, onde os ambientes não tem começo ou fim formais e se pode viver a simplicidade ao máximo.
Na natureza, espaços que possibilitam segurança através da amplitude se conectam com hábitos primitivos do nosso comportamento e se traduzem na sensação de relaxamento. Uma praia deserta ou o topo de uma montanha concretizam essa metáfora e inspiram o espaço, que mescla amarelos, verdes e azuis em uma paleta de cores tão natural quanto uma tarde de verão.
O limite entre simplicidade e conforto na vida urbana são possíveis pela linguagem do design. Saber escolher os objetos que cercam e constituem nosso cotidiano é uma forma contemporânea de sustentabilidade. Brancusi já atestava: “simplicidade é a complexidade bem resolvida”. Vida, projeto, natureza e identidade são, portanto, questões que a Wentz se propõe a resolver na materialidade de suas próprias escolhas.
Há cerca de dois anos a marca é pioneira em desenvolver todos os tecidos das peças estofadas. Ele é composto de uma intrincada malha feita de garrafas pet recolhidas do oceano em vários lugares do mundo, transformada em fio, em inovação e em responsabilidade.
No showroom da Casa de Alessa você confere o acervo, disponível com exclusividade para o mercado gaúcho, em uma parceria que destaca a identidade e a força que só o design brasileiro tem.
A cadeira Tubo é uma síntese macia. Num percurso sensorial e fluido, o tubo materializa um desenho longo e sinuoso que percorre as partes da cadeira em um fôlego só. Toda estofada em tecido WE–KNIT, protege e acolhe o gesto de sentar, mimetizando articulações humanas.
A série Dobra foi criada a partir de um gesto natural: dobrar um material macio. Em cada peça, aplica-se uma força que respeita a resistência e a densidade da espuma. É como se uma grande almofada se curvasse e pausasse no tempo. O sofá Dobra é modular e permite diferentes composições em 5 variações de módulos.
Canoa é uma poltrona de balanço que embala como o mar e evoca a sensação de estar sobre as águas. Seu desenho é curvo e sinuoso e seu assento tem ângulo acolhedor, onde o corpo fica quase deitado, relaxado e entregue à deriva. A altura consente o vaivém e os pés, próximos do chão, dão firmeza pro ritmo — como dois remos, dão fluidez ou pausa ao descanso.