Arte, arquitetura e repertório

“Somos seres emocionais que agem de forma racional” – Brené Brown. Fazer escolhas, nesse sentido, e definir que elementos são essenciais e que composição, atmosfera e entrega desejamos é fundamental.

Expressões artísticas em geral vêm ganhando campo e permeando diversas outras áreas – não somente de forma complementar, mas como potencializadoras de novos insights e de expansão de formas de interação e percepção do todo.

 

 

Se a linha tênue que supostamente distingue arte, arquitetura e design há muito tempo foi ultrapassada de forma a percebemos claramente esse sombreamento, a questão aqui deixa de ser nomear e classificar, mas sim expandir o valor da arte como agente transformador, gerador de legado e decodificador de novos tempos.

Poderíamos identificar poéticas distintas e técnicas, mas o fato é que, se nos aproximarmos da arquitetura como expressão e ofício, a arte deve ser incluída nessa pauta e discussão. Para além das instituições, feiras e mostras internacionais, inúmeras galerias particulares têm apresentando o trabalho de artistas plurais em linguagens distintas. Novos colecionadores ou interessados em arte em geral definem um mercado pulsante e promissor em crescimento.

O que nos atravessa muitas vezes é não nominável. Nesse sentido, entendermos a arte como expressão subjetiva abre uma discussão crítica não somente acerca dos espaços tridimensionais que ocupamos e com os quais interagimos, mas sobre todas as camadas de informações com que nos relacionamos diretamente. “Somos seres emocionais que agem de forma racional”, segundo a pesquisadora de comportamento e emoções Brené Brown. Fazer escolhas, nesse sentido, e definir que elementos são essenciais e que composição, atmosfera e entrega desejamos é fundamental.

 

 

Referindo-nos aos profissionais da área de criação, tais como arquitetos e designers de interiores, parece promissor o olhar apurado e curioso sobre a produção de arte contemporânea e perceber essa interação como repertório criativo projetual. Devemos nos manter atentos ao que consumimos, quais nossas referências, e de que forma pretendemos expandir em conhecimento. Cabe aqui a abertura para as artes visuais de uma forma ampla e integrativa.

 

Paula Bohrer

curadora de arte independente e diretora da Modoo galeria