Slow design com Guto Indio da Costa e Ines Schertel

A força do design brasileiro está na diversidade e em como os artistas, arquitetos e criadores transformam isso em novas criações. Ele reflete a variedade, a multiculturalidade, a multiracialidade que é o Brasil. O país tem muitos sotaques e é cada vez mais fácil identificar isso na nossa produção. Estas são impressões de Guto Indio da Costa e Inês Schertel, que receberam arquitetos, designers e amigos na Casa de Alessa para uma intimista conversa sobre criatividade e inspirações. 

 

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Enquanto Inês Schertel tem um processo artesanal, dominado de ponta a ponta em sua integralidade e muito conectado com a literalidade da natureza, Guto Indio da Costa conduz uma prática industrial, meticulosa e absolutamente tecnológica, mas igualmente enraizada nas manifestações culturais e em um processo criativo lento e contemplativo. 

Slow design é, para Inês, uma entrega total: ela mesma cria as ovelhas em campo nativo e produz manualmente as peças, uma a uma, respeitando o tempo de cada etapa. Para Guto, a metodologia de criação é extremamente artesanal e atenta, ainda que passe por  uma estrutura tecnológica e mecanizada. Conceber um produto, mesmo que ele seja de larga escala, é uma experiência sempre única. 

Para ambos, o mundo está muito acostumado à obsolescência rápida das coisas, à cultura do descartável e do temporário, mas um bom design é o que fica, o que perdura. O bom design combate a obsolescência. 

 

 

Conheça também: Machina e Manus

 

Em sua primeira coleção que explora a madeira como principal matéria prima, o designer Guto Indio da Costa, em parceria com a San German, apresenta a coleção Machina & Manus, que aborda as relações da criação humana, autoral e artesanal, somados aos processos fabris permitidos pela tecnologia digital.

O traço sensual e preciso característico do trabalho do designer carioca torna-se replicável através de processos digitais de modelagem e fabricação para dar origem à peças de madeira de uma tridimensionalidade excepcional: são cadeiras e poltronas esculpidas ao extremo, com apurada ergonomia e uma linguagem de design techno-orgânica que representa essa espécie de cyborguismo material.

Machina & Manus é  o resultado de anos de design de Guto Indio da Costa com a indústria de larga escala e seus processos digitais de manufatura aliados à marcenaria de altíssima qualidade da San German. Depois do lançamento em Milão e da estreia no mercado norte-americano, agora as peças chegam ao mercado gaúcho com exclusividade na Casa de Alessa,  junto de suas outras criações. A Cadeia Ava, destaque da série, ganhou o primeiro lugar no 32º Prêmio Design do Museu da Casa Brasileira.

 

 

Guto nasceu no Rio de Janeiro e formou-se em Design Industrial no Art Center College of Design. Hoje coordena os núcleos de design e transporte da Indio da Costa A.U.D.T (Arquitetura, Urbanismo, Design e Transporte), responsáveis por dezenas de projetos, muitos dos quais alcançaram grande sucesso e receberam diversos prêmios internacionais.

Membro do Conselho Consultivo de Design do Estado do Rio de Janeiro desde 2006, foi diretor e ex-vice presidente da Abedesign, co-fundador do Centro Brasileiro de Design Industrial (CBDI), promotor de diversas exposições e eventos de design. Foi também membro do júri de diversas premiações nacionais e internacionais, entre elas o L’Observeur du Design (França), o D&AD (Inglaterra), o Red Dot (Alemanha) e o Compasso D’Oro (Itália) e é colaborador da Revista Arc Design onde escreve artigos regularmente.